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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Vassouras - Ciclo do Café

Entrada de Vassouras pela BR-393
Você consegue se imaginar em uma cidade que foi congelada no tempo??
Na verdade, podemos disser que no Brasil existem pequenas cidades que se encontram assim, algumas mais congeladas que outras. Podemos afirmar também que quanto mais de interior também.

Uma cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro que possui essa característica e com uma história interessante é a cidade de Vassouras.

No tempo em que no Brasil a plantação de café foi o que salvou a economia do país, os antigos barões acabaram assumindo grande importância e absorvendo grandes riquezas em suas fazendas.
Praça Barão de Campo Belo - Vassouras 
Mas esses antigos barões, ao contrário do que imaginamos, não eram homens dotados de grandes etiquetas e costumes. Eram homens rudes e simples, que enriqueceram com a terra e queriam exatamente o que era de mais moderno e luxoso que existia. Como o  Rio de Janeiro era a referência, logo, tudo que a capital possuía, eles também queriam.

Tanto o centro histórico quanto as fazendas possuíam um único partido que remete ao luxo daquele momento, o neoclássico.  Porém, como o transporte para a região não era tão favorável assim como a mão-de-obra local, eles fizeram algumas adaptações.No auge do segundo reinado, Vassouras passou a ter nas suas casas artigos de luxo e conforto que chegaram a superar as do litoral, porém não se assume que é um neoclássico puro, e sim um neoclassicismo adaptado dentro de suas limitações.


Antiga Estação de Trem
Câmara Municipal 
Paço Municipal
As fazendas, se tratando de planta baixa e interiores, mantiveram o mesmo padrão dos antigos engenhos das fazendas coloniais, mas com outros ambientes de uso e com uma  decoração mais luxuosa. Aposentos como sala de receber, bordar, fumar, danças, gabinete, biblioteca, escritórios e música foram acrescentados, indo além do que existia, que era os quartos (alcovas), cozinha, sala de estar e varanda.
Em artigos de decoração, pode-se observar um maior uso de papeis de parede, mobiliário requintado, luminárias de cristal, louças delicadas, pinturas de paisagem europeia, bandeiras nas janelas e portas, vidro colorido dentre outros requisitos que expressam essa mudança de épocas para as fazendas.
Fazenda São Luiz da Boa Sorte
Interior de uma das salas da fazenda São Luiz


Um bom lugar onde podemos ver o quanto esses barões queriam demostrar o quanto possuíam de poder é a praça de Vassouras. Dizem que a cidade é bonita e bem feita por causa da disputa entre os barões em querer mostrar quem possuía mais dinheiro e poderia contribuir mais para a cidade. Nela temos um chafariz no centro, nos fundos uma igreja, e em sua lateral o paço municipal e uma câmara municipal, sendo isso não muito diferente da organização de uma praça central das antigas cidades colonias portuguesa onde no centro, geralmente, se tem uma igreja, o castelo (a casa de câmara) e a cadeia. Ao longo da praça ainda podemos ver belos exemplares de palmeiras imperiais, plantas ornamentais, um gramado verde e, no local da igreja, uma bela paisagem perante a cidade.

Panorâmica da Praça Principal
Naquela época, não houve somente o neoclássico como partido arquitetônico. Também havia as chácaras e os chalés. Uma das casas mais importantes de Vassouras pertencia a dona Eufrásia Texeira Leite (uma das primeiras mulheres a investir na bolsa de valores), mais conhecida com a Casa da Hera por apresentar  uma trepadeira em sua volta. Seu interior é como uma das fazendas citadas acima, com todo o luxo daquele período e feita para uma mulher rica e independente, que assumiu os negócios da família. Um quadro raro de encontrar numa época onde as mulheres ainda eram submissas aos homens, sonhando com um rapaz com quem no futuro poderiam se casar.

Antiga Chacara da Eufrásia Texeiras - Atual a Casa da Hera
Pintura Retrado de Eufrásia Texeira Leite



Fontes
MENDES, Chico; VERÍSSIMO, Chico; BITTAR, William. Arquitetura no Brasil de Dom João VI e Deodoro. Rio de Janeiro, Rj: Imperial Novo Milênio, 2010.


Imanges:
Acervo pessoal
http://www.fazendasaoluizdaboasorte.com.br/site/banco-de-imagens/fazenda acesso 10/11/2014

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Neoclássico - Grandjean de Montigny

Pintura auto-retrato
O primeiro arquiteto que efetivamente cursou uma Escola de Belas Artes a pisar em solo brasileiro foi o francês Grandjean de Montigny, tornando-se uma das principais referências para a arquitetura brasileira.

Com a vinda da família real em 1808, Dom João, já coroado rei em 1816, implementou diversas medidas para tentar modernizar a antiga cidade colonial, transformada em capital do Reino Unido.  Entre elas, através da atuação do Conde da Barca, recrutou um grupo de artistas franceses, dissidentes políticos que recebeu equivocadamente o nome de Missão Francesa. Afinal, todos os integrantes foram regiamente remunerados, sem qualquer atitude de abnegação para ensinar gratuitamente aos colonos nacionais.... Entre seus componentes estavam Debret, Taunay e o arquiteto Grandjean de Montigny.

Antiga Praça do Comércio atual Casa França-Brasil
No Brasil ainda predominava o repertório colonial, com poucas incursões por algum nova tipologia europeia. Montigny tornou-se um dos principais responsáveis pela divulgação da arquitetura neoclássica, tratada de uma forma mais erudita, projetando e  construindo sua primeira obra de importância, a Praça do Comércio, transformada na Casa França-Brasil. (ver post http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/2011/10/neoclassico-casa-franca-brasil.html).  Este também foi seu primeiro desafio, devido à dificuldade e complexidade de construção, necessitando de adaptações com a mão-de-obra local e materiais. Outros projetos realizados por ele foram a Academia Imperial de Belas Artes, o Palacete do Visconde do Rio Comprido, sua própria residência, o Solar Grandjean de Montigny , dentre outros que nunca saíram do papel como a Biblioteca Imperial e o Senado Imperial.
Montigny também foi professor da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde organizou o curso de arquitetura, e formou diversos alunos, futuramente renomados com construções espalhadas pela cidade com o mesmo repertório.

Foto antiga do pórtico da antiga Academia
Imperial de Belas Artes. Hoje o edifício foi
demolido e seu pórtico se encontra dentro
do Jardim Bothanico. 

Como projetista, Grandjean era criticado devido as suas construções acabarem trazendo problemas de luminosidade, estabilidade e setorização. Mas era considerado um ótimo desenhista e projetista de fachadas, embelezando assim a cidade. No entanto, era frequente a prevalência das orientações da Escola Politécnica sobre o ensino das Belas Artes, valorizando a funcionalidade e estabilidade dos projetos deixando secundária  a composição estilística.

Devido ao atraso na inauguração da Academia, que só foi inaugurada em 1826, o grupo francês se desarticulou. Alguns voltaram para a terra natal, o líder do grupo faleceu e outros se estabeleceram de forma autônoma no Império.





Grandjean de Montigny aparentemente se identificou com a terra e aqui permaneceu até sua morte, em 1850, habitando um solar avarandado que está localizado nos terrenos da PUC-RJ, demonstrando sua capacidade de síntese entre uma arquitetura tropical e detalhes do neoclassicismo internacional.

Antiga residência localizada nos terrenos da PUC-RJ. 


Fontes:
MENDES, Chico; VERÍSSIMO, Chico; BITTAR, William. Arquitetura no Brasil de Dom João VI e Deodoro. Rio de Janeiro, Rj: Imperial Novo Milênio, 2010.

sábado, 6 de outubro de 2012

São João Del Rei

Para finalizar a nossa série de post sobre Tiradentes, vamos falar de sua irmã rica, a cidade vizinha de São João Del Rei.
Imagem mostrando a variação arquitetônica do local
Foto: Lídia Quièto

A cidade se mostra bem diferente de sua vizinha, principalmente porque Tiradentes tinha pouco ouro, enquanto São João Del Rei teve sempre mais recursos e, com isso, um crescimento urbano maior. Existem lá partidos arquitetônicos do período colonial ao contemporâneo. Há residências ecléticas, coloniais e neoclássicas convivendo com casas modernas, Art Déco e contemporâneas. Nas ruas, vemos que houve modernização como pavimentação e muros e cercas protegendo as casas. Encontramos jardins planejados, ônibus e carros passando e igrejas rococós e barrocas junto com os passos espalhadas pela cidade. No contexto urbano, o traçado da cidade se formou pelo mesmo princípio de Tiradentes, aproveitando a topografia local usando curvas de nível em tabuleiro. 

Mapa da Comarca do Rio das Mortes em 1780 
Extraído
Wikipedia

Assim como Tiradentes e outras cidades do mesmo período, São João Del Rei se formou devido ao ouro de lavagem. Ela originou-se no Arraial Novo do Rio das Morte e em 1713 recebeu seu nome atual em homenagem a Dom João V, rei de Portugal. Marcada por acontecimentos e histórias como a inconfidência mineira, em 1827 ela ganha o status de cidade, não tendo mais em sua configuração urbana uma feição colonial, e sim possuindo cerca de 1.600 casas distribuídas em 24 ruas e 10 praças. Ainda no século XIX, já contava com casa bancária, hospital, biblioteca, teatro e cemitério público construído fora do núcleo urbano, além de serviços de correio e iluminação pública a querosene. Em 1881, a cidade recebeu a primeira seção da Estrada de Ferro Oeste-Minas, que liga as cidades da região a outros importantes ramais da Estrada de Ferro Central do Brasil.


“A formação peculiar da cidade, que evoluiu de arraial minerador para importante pólo comercial da região do Campo das Vertentes, é responsável por sua característica mais interessante: uma mescla de estilos arquitetônicos que tem origem na arte barroca, passa pelo ecletismo e alcança o moderno. Em São João del-Rei, é possível apreciar a evolução urbana de uma vila colonial mineira, cujo núcleo histórico permanece bastante preservado em harmonia com as construções ecléticas do século XIX e as mudanças ocorridas no século XX.” (site da prefeitura municipal de São João del Rei” http://www.saojoaodelrei.mg.gov.br/?Pagina=historia)
Túmulo de Tancredo Neves
Foto: Daniel Cinicalcci

Ela também é terra natal de pessoas famosas como o mártir da Inconfidência Mineira, Tiradentes, o presidente eleito do Brasil em 1985, Tancredo Neves, o Cardeal Dom Lucas Moreira Neves, o jornalista e escritor Otto Lara Resende, o Padre José Maria Xavier (compositor sacro), Francisca Paula de Jesus (a "santa" Nhá Chica, que está em vias de ser canonizada pelo Vaticano), dentre outros.








Segue abaixo as imagens e alguns exemplares arquitetônicos do local.

Escola Municipal com fachada Eclética
Foto: Lídia Quièto
Residência na rua principal também de partido Eclético.
Acervo pessoal.
Edifício Eclético Classicizante
Acervo pessoal
Ponte antiga do período Colonial
Acervo Pessoal
Prédio Art-Deco
Acervo pessoal
Igreja São Francisco de Assis com seu exterior  Rococó...
Foto: Lídia Quièto

...e seu interior Rococó
Foto: Lídia Quièto
Residência Contemporânea
Acervo Pessoal

Residências Coloniais
Acervo Pessoal. 

Rua mostrando a variação arquitetônica do local
Acervo Pessoal
Fonte:

Fotos:
Lídia Quiènto Viana
Daniel Cinicalcci
Acervo Pessoal








domingo, 8 de abril de 2012

Neoclássico - Palácio Itamaraty

Um lugar que, quando você passa pela Rua Marechal Floriano, não imaginaria que seria grande por dentro, com um grande espelho d'água, carpas e cisnes nadando em harmonia diante de edificações que te transportam para o passado. Esse lugar é o Palácio Itamaraty.

Fachada Frontal do Palácio. Rua Marechal Floriano.
Fachada de Fundos mostrando o espelho d'água e palmeiras
Para quem não o conhece, ele foi residência do conde do Itamaraty, Francisco José da Rocha. Sua obra só foi concluída no ano de 1854, sendo vendido em 1889 para ser a sede do Ministério das Relações Exteriores. Com a mudança da capital para Brasília, essa função saiu do edifício e hoje o local é o escritório de representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro. Parte dele também abriga os grandes acervos do Museu Histórico e Diplomático, do Arquivo Histórico e da Mapoteca. No prédio também está o Escritório de Informações das Nações Unidas (ONU) no Brasil.


Cisne branco descansando.
Uma jóia da nossa cidade de edificação neoclássica. O palácio, tanto no seu interior quanto no exterior, é um bom exemplo e referência desse estilo arquitetônico que se passou no séc. XIX no nosso país. Para começar, é um edifício que, em sua fachada, não possui um frontão triangular, mas possui ritmo,  modulação e simetria. Utiliza o rosa claro, que era uma cor característico do estilo, faz uso do balcão com ferro forjado e de platibanda para esconder o beiral do telhado  e possui uma entrada para o automóvel da época.  Em seu pátio interno, existe um grande espelho d'água contendo várias carpas e 3 cisnes nadando, um preto e dois brancos, formando um cenário mais romântico no local. Em volta desse espelho, encontramos palmeiras grandes e duas outras edificações, que foram construídas depois do palácio em si e que abrigam o escritório do ministérios das relações exteriores e o da ONU.
Imagem da Biblioteca e Mapoteca.


Ao fundo, onde é hoje a biblioteca e a mapoteca, temos mais um edifício. Esse sim possui um grande frontão triangular e é sustentado por colunas jônicas, fazendo lembrar um antigo templo grego.  No entanto, em seu lado de fora ainda encontramos portas grandes com vidraças de vidro que mostram a evolução dos materiais daquele período da história.


Por fim, em seu interior, também podemos encontrar exemplos de uma composição neoclássica. O teto possui frisos e desenhos trabalhados, sanca, frisos nas paredes, papel de parede, móveis Luis IV, piso em mármore, piso em madeira, espelhos, cortina, lustres, castiçais antigos e até um elevador particular (daqueles antigos), que mostram claramente a elegância e o luxo da alta sociedade daquele tempo. 

Sala dos Índios (de jantar).







Sala Amarela.












Salão de Baile




















Para quem quiser conhecer.
Endereço: Rua Marechal Floriano, 196 - Centro 
Telefone: (21) 2263-4967/3633


Fotografia e Imagens
 - Patricia Otranto
 - Bruno Santos
 - Guilherme Nascimento
 - Wikipedia.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"É como voltar no Tempo!"

Bonde de Santa Teresa.
Atualmente está desativado para reforma 

Vamos falar agora de um bairro que "parou no tempo" dentro da nossa cidade do Rio de Janeiro. O bairro de Santa Teresa.

Não há quem não comente que "andar por Santa Teresa é como voltar no tempo". Isso porque algumas de suas construções vão do período colonial ao contemporâneo, além de suas ruas serem bem acentuadas, a maioria ladeiras, e algumas possuirem trechos em calçamento de pé de moleque, lembrando cidades coloniais como, por exemplo, Ouro Preto. Nas suas principais ruas, temos os trilhos por onde passam os bondinhos, que no momento se encontram desativados para reforma, dividindo o espaço com ônibus, carros e pedestres que circulam a  região.

A ocupação do bairro começou no século XVIII com a construção do Convento de Santa Tereza de Jesus, que deu origem ao nome do Bairro. Mais tarde, a classe mais alta começou a dirigir-se para lá, montando seus casarões e mansões com uma arquitetura francesa (que se encontra em pé até hoje). Em 1850, sua ocupação tornou-se mais intensa devido ao surto de febre amarela, que fez com que as pessoas migrassem para locais mais altos, fugindo da contaminação. 

Em 1872, foram instalados os bondes, que hoje são símbolos do bairro, porém somente em 1896 que o Aqueduto da Carioca (Arcos da Lapa) deixou de transportar água do Rio Carioca para o centro da cidade, virando um viaduto para a passagem dos bondes.
Antigamente, Santa Teresa possuía o status de bairro nobre. Hoje esse status já não lhe pertence mais, porém o bairro continua a ser procurado por interesse cultural e turístico. Suas principais atrações são: o Bonde de Santa Teresa, o Museu da Chácara do Céu, o Parque das Ruínas, o Castelo Valentim, o Convento de Santa Teresa, Ateliês, Restaurantes e Bares, a Igreja de Nossa Senhora das Neves e o Museu do Bonde, entre outros.
Largo do Curvelo
Os bondes realizam as paradas nos largos. Na imagem,
 há uma antiga estação terminal do trasporte por tração animal 

e uma casa projetada pelo alemão Riedlinger com forte 
influencia da Bohêmia de seu pais.
Parque das Ruinas
Antiga casa da Laurinha Santos Lobos, que 
foi restaurada e hoje é área de exposição
e lazer, servindo de mirante para uma 

bela paisagem do centro do Rio.















Agora vejamos alguns exemplares arquitetônicos que se encontram por lá.

Colonial: Convento de Santa Teresa.
                           O prédio funciona como convento das Carmelitas Descalças e igreja.                                            
Neoclassico: Residência da rua Monte Alegre
Antiga sede da Chácara dos Viegas. Um belo exemplo de composição neoclássica com adoção de revestimento em azulejaria na fachada, o que a torna uma raridade de sincretismo arquitetônico.
Chalé: Residênci
                Típica casa popularizada no sec. XIX, sendo essa geminada e com entrada lateral.                                                       

Neogotico: Igreja

Felício dos Santos Lobo loteou sua propriedade localizada no bairro de Santa Teresa e, como religioso, doou parte desta para a construção de uma igreja. A primeira pedra da Igreja Matriz de Santa Teresa foi lançada em 29 de Julho de 1916, mas, somente em 14 de Outubro de 1917, a igreja foi inaugurada.
Eclético: Residência

Construção eclética, fazendo alusão a vários estilos para compor o próprio. Esse é o estilo  predominante da região, podendo ter repertório mais rebuscado, simples, ou alterado pelos dias de hoje (muito comum).
Neomedievo/Eclético: Casa Valentin

Foi projetado pelo Mestre Valentin, filho do Comendador Antônio Valentin, no final do século XIX, com três pavimentos. O prédio sofreu uma reforma em 1940 realizada pelo proprietário, o Arquiteto Fernando Valentim, ganhando mais dois andares com oito apartamentos. Imóvel tombado pelo município em 27 de Agosto de 1990.
Neocolonial/ Californiano: Residência

Exemplo típico de casa neocolonial hispano-americano californiana, com uma torre cilíndrica amostra. Mas ela não é a única no bairro em termos de casa neocolonial. Em Santa Teresa, também encontramos repertório mexicano, missões e luso-brasileiro.
Art-Decó: Residencia
Residência comum encontrada no bairro, tendo em sua fachada formas geometrizada que caracterizam o estilo.  

Moderno: Residencial
Construção da vanguarda modernista, 1939, do jovem arquiteto Paulo Antunes Ribeiro. Uma composição marcada pelos volumes geométricos numa clara referência ao período cubista.




Pelo bairro encontramos mais casa de diversos estilos, inclusive contemporâneo. As mostradas aqui foram apenas alguns exemplos do que se pode encontrar andando pelo bairro.

Fonte:
http://www.marcillio.com/rio/encesate.html

Fotografia:
 - Acervo Pessoal (Patricia Otranto)
 - Google Street View
 - Google Imagens

Obs: Informações sobre algumas casas foram extraídas no site www. Inventarioturistico.com.br 

sábado, 15 de outubro de 2011

Neoclássico - Casa França-Brasil

Setembro não foi um mês muito produtivo para o blog Nossa Arquitetura já que não teve nenhum post novo. No entanto,  realizei para meu curso, na faculdade,  um trabalho sobre a Casa França-Brasil e agora não só estou compartilhando ele com vocês como estou começando uma série sobre Neoclássicos.

Imagem 1:  Fachada principal hoje. 

Podemos dizer que a história da Casa França-Brasil está muito associada ao episódio da chegada de artistas franceses ao Rio de Janeiro, denominados de Missão Francesa. Ela foi projetada pelo arquiteto Grandjean de Montigny, arquiteto do grupo, com o objetivo de trazer novos conhecimentos para a antiga colônia. Afinal, naquela época o cenário do Rio era composto  ainda  por aquelas casas coloniais, com as ruas em calçamento pé-de-moleque e as janelas com muxarabis.

Inaugurada no ano de 1820, seu primeiro uso foi de Praça do Comércio. Ela logo se transformou em um importante centro onde circulavam comerciantes em ascensão, alguns deles com aspirações políticas. Depois que Dom João VI foi embora e o Brasil tornou-se independente, o espaço foi tranformado em uma Alfândega, que durou até 1944. Depois tornou-se o II Tribunal do Júri, o qual durou pouco tempo, e, por fim, chegou a ser o que é hoje: um Centro Cultural destinado ao intercâmbio entre Brasil e França.
Imagem 2: Desenho da fachada original do Granjan.

A Casa França-Brasil, segundo registros, foi uma das primeira construções neoclássicas no país. Pela perspectiva do interior (imagem 3), podemos ver claramente qual era a intenção do arquiteto para o edifício: uma monumental praça coberta por abóbadas de berço, em estuque, dispostas em cruz grega, e transepto iluminado por clarabóia-lanternim central apoiada em tronco cilíndrico. Possuia colunas dóricas que suportavam as arquitraves, delimitando o espaço da ágora onde os negócios e pregões seriam realizados.
Imagem 3: Desenho do interior original pelo Granjan

No entanto, esse projeto foi muito adaptado na construção, porque as técnicas construtivas ainda eram as mesmas usadas no período colonial e não conseguiriam dar conta de diversos detalhes, como por exemplo o telhado. Foi usado, ao invés, um telhado em planos escalonados, semelhante aos da arquitetura religiosa colonial, para vencer os grandes vãos. As colunas dóricas no interior são na verdade feitas de anéis de pedra superpostos e revestidos com madeira com pintura faiscada para imitar o mármore. O mesmo aconteceu com as arquitraves, e a própria fachada recebeu rusticação com argamassa no corpo central para atender à influência palladiana. É por isso que algumas pessoas que vão visitar essa casa sentem-se como em um ambiente cenográfico. Essas adaptações foram feitas ainda na época em que Dom João se encontrava aqui no Brasil.
Imagem 4: Interior hoje, mostrando uma exposição. 
Hoje a Casa França-Brasil realiza diversas exposições, principalmente entre Brasil e França. É tombada pelo IPHAN, recebeu algumas intervenções para adaptar-se aos dias de hoje, chega a receber 2 mil visitantes num mês e possui um restaurante/bistrô que, diga-se de passagem, é um dos maiores responsáveis pela movimentação no local. 

Ficou interessado? Que ir conhecer? Aqui esta o site: http://www.fcfb.rj.gov.br/
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 Ao lado da CCBB




Fontes:
VERISSIMO, Francisco, BITTAR, William, MENDES, Chico. Arquitetura no Brasil de Cabral a Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial novo milênio 2010
Fotografia e Imagens:
 - Paulo Bittencourt
 - Google Imagens