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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Memória... Rio de Janeiro


Nos dias 07/08 e 08/08 desse ano, houve o IV Fórum Internacional de Cidade Criativa no Rio de Janeiro.
O tema em debate desse ano foi "Memória e Futuro da Cidade".

Mas o que seria essa memória? O que ela contribui para a cidade?

A cada geração, uma nova tendência surge na moda, na música, na tecnologia, na arte e claro, na nossa moradia.
Penico do séc, XIX
Conforme os anos se passam, as necessidades do homem se modificam; o que existia é deixado para trás e dá lugar ao que tem de novo, inovador e moderno. Por exemplo: há muito tempo o banheiro era um cômodo da casa que não existia. Sua aparição foi no final do seculo XIX e mesmo assim como artigo de luxo. As pessoas, antigamente, simplesmente não tomavam banho, e quando tomavam, eram em banheiras de tina de madeira. As necessidades fisiológicas eram feitas em um penico ou fossa na área externa da casa, sendo essas despejadas na rua ou no rio/baia. Hoje possuímos esse cômodo em todas as casas (ou deveríamos possuir) com louça sanitária, lavatório e chuveiro com água e esgoto canalizados ligado por uma rede urbana. 

O progresso é uma tendência natural, mas crescer não significar apagar o passado.
É claro que precisamos de avenidas com boa pavimentação e casas confortáveis. Mas o homem precisa do registro do que existiu, saber que possuímos uma história e um passado, principalmente para a nova geração.
Esse registro se dá pelas construções antigas, podendo essas serem casas, palácios, edifícios, escolas, hospitais, estádios de futebol, teatros, ruas e avenidas, parques dentre outros elementos que compõe a cidade. Cria-se assim uma identidade, uma aparência própria e única.

Condomínio da Barra da Tijuca
Fazer melhorias e promover melhor qualidade de vida é importante, mas preservar o que é antigo ajuda a manter nossa memória viva. Uma forma preservação é poder reaproveitar o que tem para um novo uso, realizando as devidas adaptações e, se necessário, de melhorias para as instalações ou estruturas. Assim, além de preservar, também mesclamos a paisagem da cidade vendo o novo e o antigo. Conviver com as diferenças faz com que possamos abrir nossas mentes, evitando que nos fechemos em um meio ou uma tendência. Para um jovem, principalmente, essa paisagem influência no seu psicológico e na sua formação como adulto. Como exemplo, temos em muito casos, em Brasília, onde os jovens não conheceram um passado e vivenciaram uma "monotonia entediante" como foi registrado nos anos 80. O mesmo acontece em menor grau no próprio Rio de Janeiro no bairro da Barra da Tijuca onde os moradores se fecham em seu próprio condomínios e educam seus filhos a conviver somente com essa realidade.
Imagem de Brasilia
Bonde de Santa Teresa desativado em 2012
Além de promover a nossa memória viva, a manutenção do antigo também auxilia no turismo. As pessoas quando vão conhecer uma outra cidade procuram ver aquilo que é atrativo e marcante para o local,
podendo esses pontos serem construções antigas, atuais ou naturais.
Um bom exemplo disso são os bondes do bairro de Santa Teresa. O passeio de bonde incentivava o turismo, movimentando o comércio, bares e restaurantes, visto que era a única região da cidade onde existia esse transporte urbano com um ambiente bucólico, revendo assim antigas casas do  meados de século XIX ao tempo atual. Hoje, ir de ônibus não é a mesma coisa.

Foto da av.central com o Morro do Castelo
Infelizmente não damos importância para o que é de nosso patrimônio. O brasileiro já possui uma falta de cultura em preservar essa memória local, e o poder público, ao invés de incentivar a preservação, só piora não promovendo nenhum programa de auxílio de custos ou de intervenção para a manutenção. Em paralelo, possuímos um mercado imobiliário que devasta muitos desses monumentos colocando no lugar prédios de 10 a 20 andares com a mesma aparência pasteurizada.
Desmonte do Morro do Castelo
Um exemplo de destruição foi o desmonte do Morro do Castelo. Usando a desculpa onde o desmonte traria melhorias climáticas e viárias em 1921, aquele morro era o "berço" do Rio de Janeiro. Nele foram construídas a primeira igreja, a primeira cadeia e a primeira câmara da cidade e hoje se perguntarem: Onde se originou a cidade? com certeza dizer que "no centro do Rio" não basta, pois é um bairro mesclado de construções desde o século XVI aos dias atuais.

Porém um bom exemplo de preservação é a do Corredor Cultural. Nele, os antigos sobrados do Rio foram preservados mantendo somente a fachada e o volume das casas, mas internamente elas poderiam ser modificadas dando novo uso como lojas, escritórios, consultórios, restaurantes, cursos e demais serviços.

Não seria interessante promover uma harmonia entre o que é antigo e o que é novo?
Não seria bom poder olhar pra um prédio todo espelhado de vidro ao lado de uma bandeirantista colonial?
Casa Colonial bandeirantista ao lado do prédio comercial em São Paulo
Agora vemos muitas mudanças acontecendo devido aos eventos que tem surgido na cidade. A copa do mundo e as olimpíadas de 2016 trouxeram mudanças em nossos estádios, exigiram novas construções de moradia para os atletas, hospedagens para turistas e exigência para melhorias no transporte. Além desses eventos, existem outros programas de melhorias determinados pelo próprio governo para atender novas necessidades, como está acontecendo com o projeto do Porto Maravilha na zona portuária. Mas a pergunta que fica é: a forma como está sendo feito é como realmente gostaríamos que fosse?
Será que muito do que está sendo feito lá não deveria ser aplicado em outras regiões da cidade atendendo as suas necessidades?
Esse é o questionamento que deixo. Como queremos a cidade nos próximo anos?
Imagem em 3D do projeto do Porto Maravilha

Fontes
http://viagensaorioantigo.blogspot.com.br/2009/05/morro-do-castelo.html acesso 29/08/2014
Imagens
http://atriumfafe.blogspot.com.br/p/espaco-memoria.html  acesso 29/08/2014
http://www.imovelrj.com/revitalizacao-do-porto-do-rio-porto-maravilha/   acesso 29/08/2014
http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/avenida-central.html   acesso 29/08/2014
Revista AU - Arquitetura e Urbanismo
http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/2013/02/104-anos-parte-2.html   acesso 29/08/2014
http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/2012/10/arquitetura-musica-faroeste-cabloco.html   acesso 29/08/2014
http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/search/label/Santa%20Teresa  acesso 29/08/2014

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Arquitetura + Música = Minha Alma (A paz que não quero)


A música composta por Marcelo Yuka, da banda O Rappa, traz uma forte crítica social, abordando a ilusão e o medo da sociedade perante a violência e acontecimentos que nem aconteceram. A letra da música ainda ressalta o comodismo e a indiferença social.

Mas o que essa música tem a ver com a arquitetura? Destaca-se em uma frase:

“As grades do condomínio são pra trazer proteção, mas também trazem a dúvida se é você que está nessa prisão”
 Fig1. Grades de entrada de um condomínio no Recreio dos Bandeirantes. 
Hoje, as grandes construtoras buscam construir condomínios com amplas áreas de lazer e promessa de segurança. Principalmente em uma cidade grande, movimentada, com forte crescimento desordenado e favelização como o Rio de Janeiro.
Geralmente, os moradores de condomínios são da classe média e alta, o mesmo público que busca o status social, o bem estar e a tal segurança da propaganda.
Fig2. Condomínio atual da Barra da Tijuca. 
O que poucas pessoas sabem é que o contexto urbano ou edificado causa influências indiretas em nosso comportamento. Fechar-se em “pequenas cidadelas”, como é o caso dos condomínios fechados, é promover o isolamento das pessoas a um determinado local, limitando-as de circular pela cidade e de ver qual é a verdadeira realidade.
Esse modelo de moradia foi estabelecido pelos promotores imobiliário na época do Plano Piloto da Baixada de Jacarepaguá, nos anos 70, elaborado pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa. Esse seria, mais tarde, um novo modelo de “como viver” em várias regiões do Rio de Janeiro - não necessariamente nas regiões ainda não urbanizadas, mas nas regiões das periferias.
A tal segurança já era questionada nesta época, quando havia um grande crescimento desordenado da cidade graças ao milagre econômico. E as mesmas imobiliárias vendiam junto um novo conceito: o de “morar onde se gostaria de passar as férias”.


Fig3 e 4. Antigas propagandas de venda de apartamentos da Barra da Tijuca
Então, quem será que vive numa prisão?
Ou quer ficar “na poltrona no dia de domingo”?
A letra da música faz pensarmos se o fato de viver num local assim é realmente viver em segurança. Isolar as pessoas cada vez mais da cidade é promover aos poucos que elas não se desloquem para outros pontos, fazendo-as até perde a noção da realidade e se baseando em fatos que chegam em casa pelos canais de telecomunicação. 
Como será que queremos viver? Como queremos as nossas cidades? Como queremos a nossa sociedade?
Seguem letra e música. Tirem suas conclusões: será que essa arquitetura não interfere na vida social?

A minha alma tá armada
E apontada para a cara
Do sossego
Pois paz sem voz
Paz sem voz
Não é paz é medo

Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero
Conservar
Para tentar ser feliz (x4)

As grades do condomínio
São para trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que está nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar
Na poltrona no dia de domingo, domingo
Procurando novas drogas
De aluguel nesse vídeo
Coagido é pela paz
Que eu não quero
Seguir admitindo
É pela paz que eu não quero, seguir
É pela paz que eu não quero, seguir
É pela paz que eu não quero, seguir
Admitindo
Video-Clip da música Minha Alma (A paz que eu não quero)
Fontes: 

LEITÃO, Gerônimo. A construção do Eldorado urbano - o plano piloto da Barra da Tijuca e baixada de Jacarepaguá - 1970 / 1988. Niteroi, Rj: EDDUFF,1999
FREITAS, Gustavo. Minha Alma (A paz que eu não quero) - O Rappa, Campinas, 27/05/2010 Disponivel em: thttp://musicasbrasileiras.wordpress.com/2010/05/27/minha-alma-a-paz-que-eu-nao-quero-o-rappa/ Acesso em 25/08/2013
VAGALUME,  Minha Alma (A paz que eu não quero),Disponivel em: http://www.vagalume.com.br/o-rappa/minha-alma-a-paz-que-eu-nao-quero.html#ixzz2d8chofA2 Acesso 25/08/2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

104 anos (parte 2)


Como dito em post anterior. Existem obras do Niemeyer que pouco são conhecido pelas pessoas. 
Nesse post, falaremos um pouco de algumas dessas obras. Existem outras de caráter mais popular, e outras que se encontram no seu site pessoal. Uns estão até em nosso cotidiano e nem nos deparamos que determinada construção seria dele. A mesma muitas das vezes possui um caráter histórico para uma determinada região tornando-se marcos para um bairro ou cidade. 

Seguem alguns desses projetos com imagens com comentários

- Monumento a revolução dos funcionários da CSN em Volta Redonda.


            Essa obra é pouco conhecida. Está mais presente na memória e história de quem trabalha e mora na cidade de Volta Redonda. Esse monumento foi construído como um memorial a revolução feita pelos funcionários da CSN. No dia seguinte de sua estréia, ele sofreu um atentado. O próprio Niemeyer não permitiu que se houvesse concerto e deixa exposto como prova do acontecimento. Feito todo em concreto armado, com marcas vermelhas demonstrando o sangue dos mortos e caindo sobre as águas.

- Memorial da Cabanagem







É um monumento de 15 metros de altura por 20 de comprimento, todo em concreto, erguido no complexo do entroncamento, Belém/PA. Foi construído para compor as comemorações do sesquicentenário da Cabanagem, que aconteceu em 7 de janeiro de 1985

- Monumento Eldorado Memorial 




Projetado em memória as vítimas do Massacre de Eldorado dos Carajás, inaugurado no dia 7 de Setembro de 1996, em Marabá, foi destruído seis dias depois. O Arquiteto pensou que esse monumento seria destruído, mas foi o único projeto assino que foi para o interior da Amazônia brasileira.


- Torres da Barra da Tijuca e Projeto Piloto para a Baixada de Jacarepaguá.



Torres de Charles Gaulle
Planta Baixa do Apartamento
Projeto do Niemeyer em como seria essa região
da barra da Tijuca











 


           Esse edifícios se encontram no cotidiano do morador da Barra da Tijuca. As torres de Charles Gaulle foram um dos primeiros edifícios a ser construído no bairro fazendo parte do Projeto Piloto para a Baixada de Jacarepaguá elaborado pelo arquiteto Lúcio Costa. Dentre ela, estaria também outros projetos que não saíram do papel.

- Hotel Nacional em São Conrado.



Foto do Hotel Nacional antiga, quando funcionava o Hotel
            Enquanto estava havendo a expansão em direção a zona Oeste do Rio de Janeiro, o Hotel foi Fundado em 1972 pelo empresário José Tours, proprietário da antiga rede de hotéis Horsa, o projeto é obra do Oscar Niemeyer e seu paisagismo idealizado pelo
Burle Marx. Em 1998, o edifício foi tombado, sendo ele um ponto turístico de importância para o Bairro, mas como empresa hoteleira faliu e a sua sucessora também, hoje o hotel se encontra inutilizando havendo projeto para sua reabertura na copa do mundo de 2016.

Casas


Muitas vezes negligenciadas em meio às grandes obras como Brasília, as casas desenhadas por Niemeyer antecipam conceitos empregados em projetos públicos. Influenciado por Le Corbusier (Charles Édouard Jeanneret, 1887 - 1965), o arquiteto traçou em sinuosidades uma identidade brasileira no movimento Modernista. Nas residências, as formas amebóides, combinadas aos pilotis, brises e amplos espaços, apontam essa determinação.


- Casa Sebastião Carmago




Nesta residência, o arquiteto usa formas mais retilíneas, embora ainda projeto através de geometrias definidas. A casa está situada em Brasília e foi projetada para Sebastião Camargo em 1985.

- Anne e Joseph Strick




Com desenho desenvolvido em 1964, a casa Anne e Joseph Strick, em Santa Mônica, Califórnia, é a única projetada e construída por Oscar Niemeyer nos EUA. Na imagem é possível ver a porta principal que dá para a sala de estar, ladeada em duas extremidades por vidros

- Nara Mondadori 




Projetada em 1968, a casa Nara Mondadori fica em Cap Ferrat, na França. O pavilhão da piscina, orgânico, possui paredes revestidas por azulejos desenhados por Athos Bulcão

- Carmen Baldo



No Jardim Botânico, Rio de Janeiro, a casa Carmen Baldo foi projetada por Oscar Niemeyer em 1969. O nível inferior, onde estão localizados os dormitórios, são antecedidos por cobogós compostos por tijolos cerâmicos

- Casa Edmundo Cavanelas




Fachada da casa Edmundo Cavanelas, em Pedro do Rio (RJ). A obra, datada de 1954, tem paisagismo criado por Roberto Burle Marx, no qual se destaca o xadrez de gramíneas


- Samba do Arquiteto.
            Como no blog, abortamos também música correlacionada com arquitetura, não podíamos deixar passar o fato de Niemeyer ter composto um samba. Ela faz critica a própria profissão e de sua importância social.
seguem vídeo e letra. 


O que é que você fez / Desde que está diplomado / O que é que você fez / Para se ver realizado / Trabalha, ganha dinheiro / Anda bem alimentado / Nada disso, companheiro / É grande para ser louvado
Você só fez atender / Ao governo materialista / Que faz obra para se ver / Para agradar ao turista / Que deixa o pobre de lado / Que tira o pobre da lista / Da lista dos seus pseudo-s / Amigos capitalistas
São escolas, hospitais / Teatros, apartamentos / Construções industriais / Verdadeiros monumentos / Tudo isso pobre vê / Vê e não pode tocar / Perdido por essas terras / Que não pode cultivar
Sem ter livros para aprender / Sem ter casa para morar / Sem ter um olhar amigo / Um ombro para se encostar / Mas se você é honrado / Não deve se conformar / Ponha a prancheta de lado / E venha colaborar
O pobre cansou da fome / Cansou de tanto esperar / E vai partir para a luta / Que Cuba soube ensinar

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Video: A Cidade Cresce Para a Barra (1970, Curta)


Esse curta fala rapidamente da evolução urbana do Rio de Janeiro desde o período Colonial até meados dos anos 70. Em foco, ele resume o Plano Piloto da Baixada de Jacarepaguá idealizado pelo Arquiteto Lúcio Costa.

Durante o vídeo, você verá imagens de edifícios religiosos (como conventos e igrejas) marcando onde se encontravam os quatros morros nos quais começou a formação da cidade, além de imagens e gravuras antigas de um Rio que passou e da Barra, Recreio e Jacarepaguá ainda desertos. Mostra também a proposta de urbanização e de centralização da cidade do Rio de janeiro acontecendo pela região de Jacarepaguá e alguns projetos de Oscar Niemeyer.

Abaixo encontra-se o vídeo, que possui aproximadamente 10 minutos de duração.
Divirtam-se.