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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Rio de Janeiro em 1936

Um documentário, dirigido pelo norte americano James A. Fitzpatrick‘s, mostra um Rio de Janeiro diferente  da cidade que conhecemos hojeO Rio de Janeiro da década de 30.

Esse vídeo, talvez, seja o mais antigo que possuímos sobre a cidade sendo ainda colorido.  Ele mostra construções antigas que foram demolidas, mas que faziam parte do cenário carioca, como Palácio Monroe e o Palácio Mourisco da praia de botafogo.
O vídeo também mostra o Pão de açúcar sem os prédio envolta, a praia de Copacabana com poucos edifícios em sua orla, o teatro municipal, a Av. Central, Av. Beira Mar, o inicio de alguns prédios modernos, dentre outros.

Além da cidade, mostra também o cotidiano, os automóveis, as pessoas, as roupas, tudo que foi do Rio que hoje está na memória de quem vivenciou essa época.

Abaixo, o vídeo e algumas imagens antigas mostrando todos esses elementos. 


1

Palácio Mourisco
Postal do Palácio Monroe




domingo, 8 de abril de 2012

Neoclássico - Palácio Itamaraty

Um lugar que, quando você passa pela Rua Marechal Floriano, não imaginaria que seria grande por dentro, com um grande espelho d'água, carpas e cisnes nadando em harmonia diante de edificações que te transportam para o passado. Esse lugar é o Palácio Itamaraty.

Fachada Frontal do Palácio. Rua Marechal Floriano.
Fachada de Fundos mostrando o espelho d'água e palmeiras
Para quem não o conhece, ele foi residência do conde do Itamaraty, Francisco José da Rocha. Sua obra só foi concluída no ano de 1854, sendo vendido em 1889 para ser a sede do Ministério das Relações Exteriores. Com a mudança da capital para Brasília, essa função saiu do edifício e hoje o local é o escritório de representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro. Parte dele também abriga os grandes acervos do Museu Histórico e Diplomático, do Arquivo Histórico e da Mapoteca. No prédio também está o Escritório de Informações das Nações Unidas (ONU) no Brasil.


Cisne branco descansando.
Uma jóia da nossa cidade de edificação neoclássica. O palácio, tanto no seu interior quanto no exterior, é um bom exemplo e referência desse estilo arquitetônico que se passou no séc. XIX no nosso país. Para começar, é um edifício que, em sua fachada, não possui um frontão triangular, mas possui ritmo,  modulação e simetria. Utiliza o rosa claro, que era uma cor característico do estilo, faz uso do balcão com ferro forjado e de platibanda para esconder o beiral do telhado  e possui uma entrada para o automóvel da época.  Em seu pátio interno, existe um grande espelho d'água contendo várias carpas e 3 cisnes nadando, um preto e dois brancos, formando um cenário mais romântico no local. Em volta desse espelho, encontramos palmeiras grandes e duas outras edificações, que foram construídas depois do palácio em si e que abrigam o escritório do ministérios das relações exteriores e o da ONU.
Imagem da Biblioteca e Mapoteca.


Ao fundo, onde é hoje a biblioteca e a mapoteca, temos mais um edifício. Esse sim possui um grande frontão triangular e é sustentado por colunas jônicas, fazendo lembrar um antigo templo grego.  No entanto, em seu lado de fora ainda encontramos portas grandes com vidraças de vidro que mostram a evolução dos materiais daquele período da história.


Por fim, em seu interior, também podemos encontrar exemplos de uma composição neoclássica. O teto possui frisos e desenhos trabalhados, sanca, frisos nas paredes, papel de parede, móveis Luis IV, piso em mármore, piso em madeira, espelhos, cortina, lustres, castiçais antigos e até um elevador particular (daqueles antigos), que mostram claramente a elegância e o luxo da alta sociedade daquele tempo. 

Sala dos Índios (de jantar).







Sala Amarela.












Salão de Baile




















Para quem quiser conhecer.
Endereço: Rua Marechal Floriano, 196 - Centro 
Telefone: (21) 2263-4967/3633


Fotografia e Imagens
 - Patricia Otranto
 - Bruno Santos
 - Guilherme Nascimento
 - Wikipedia.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"É como voltar no Tempo!"

Bonde de Santa Teresa.
Atualmente está desativado para reforma 

Vamos falar agora de um bairro que "parou no tempo" dentro da nossa cidade do Rio de Janeiro. O bairro de Santa Teresa.

Não há quem não comente que "andar por Santa Teresa é como voltar no tempo". Isso porque algumas de suas construções vão do período colonial ao contemporâneo, além de suas ruas serem bem acentuadas, a maioria ladeiras, e algumas possuirem trechos em calçamento de pé de moleque, lembrando cidades coloniais como, por exemplo, Ouro Preto. Nas suas principais ruas, temos os trilhos por onde passam os bondinhos, que no momento se encontram desativados para reforma, dividindo o espaço com ônibus, carros e pedestres que circulam a  região.

A ocupação do bairro começou no século XVIII com a construção do Convento de Santa Tereza de Jesus, que deu origem ao nome do Bairro. Mais tarde, a classe mais alta começou a dirigir-se para lá, montando seus casarões e mansões com uma arquitetura francesa (que se encontra em pé até hoje). Em 1850, sua ocupação tornou-se mais intensa devido ao surto de febre amarela, que fez com que as pessoas migrassem para locais mais altos, fugindo da contaminação. 

Em 1872, foram instalados os bondes, que hoje são símbolos do bairro, porém somente em 1896 que o Aqueduto da Carioca (Arcos da Lapa) deixou de transportar água do Rio Carioca para o centro da cidade, virando um viaduto para a passagem dos bondes.
Antigamente, Santa Teresa possuía o status de bairro nobre. Hoje esse status já não lhe pertence mais, porém o bairro continua a ser procurado por interesse cultural e turístico. Suas principais atrações são: o Bonde de Santa Teresa, o Museu da Chácara do Céu, o Parque das Ruínas, o Castelo Valentim, o Convento de Santa Teresa, Ateliês, Restaurantes e Bares, a Igreja de Nossa Senhora das Neves e o Museu do Bonde, entre outros.
Largo do Curvelo
Os bondes realizam as paradas nos largos. Na imagem,
 há uma antiga estação terminal do trasporte por tração animal 

e uma casa projetada pelo alemão Riedlinger com forte 
influencia da Bohêmia de seu pais.
Parque das Ruinas
Antiga casa da Laurinha Santos Lobos, que 
foi restaurada e hoje é área de exposição
e lazer, servindo de mirante para uma 

bela paisagem do centro do Rio.















Agora vejamos alguns exemplares arquitetônicos que se encontram por lá.

Colonial: Convento de Santa Teresa.
                           O prédio funciona como convento das Carmelitas Descalças e igreja.                                            
Neoclassico: Residência da rua Monte Alegre
Antiga sede da Chácara dos Viegas. Um belo exemplo de composição neoclássica com adoção de revestimento em azulejaria na fachada, o que a torna uma raridade de sincretismo arquitetônico.
Chalé: Residênci
                Típica casa popularizada no sec. XIX, sendo essa geminada e com entrada lateral.                                                       

Neogotico: Igreja

Felício dos Santos Lobo loteou sua propriedade localizada no bairro de Santa Teresa e, como religioso, doou parte desta para a construção de uma igreja. A primeira pedra da Igreja Matriz de Santa Teresa foi lançada em 29 de Julho de 1916, mas, somente em 14 de Outubro de 1917, a igreja foi inaugurada.
Eclético: Residência

Construção eclética, fazendo alusão a vários estilos para compor o próprio. Esse é o estilo  predominante da região, podendo ter repertório mais rebuscado, simples, ou alterado pelos dias de hoje (muito comum).
Neomedievo/Eclético: Casa Valentin

Foi projetado pelo Mestre Valentin, filho do Comendador Antônio Valentin, no final do século XIX, com três pavimentos. O prédio sofreu uma reforma em 1940 realizada pelo proprietário, o Arquiteto Fernando Valentim, ganhando mais dois andares com oito apartamentos. Imóvel tombado pelo município em 27 de Agosto de 1990.
Neocolonial/ Californiano: Residência

Exemplo típico de casa neocolonial hispano-americano californiana, com uma torre cilíndrica amostra. Mas ela não é a única no bairro em termos de casa neocolonial. Em Santa Teresa, também encontramos repertório mexicano, missões e luso-brasileiro.
Art-Decó: Residencia
Residência comum encontrada no bairro, tendo em sua fachada formas geometrizada que caracterizam o estilo.  

Moderno: Residencial
Construção da vanguarda modernista, 1939, do jovem arquiteto Paulo Antunes Ribeiro. Uma composição marcada pelos volumes geométricos numa clara referência ao período cubista.




Pelo bairro encontramos mais casa de diversos estilos, inclusive contemporâneo. As mostradas aqui foram apenas alguns exemplos do que se pode encontrar andando pelo bairro.

Fonte:
http://www.marcillio.com/rio/encesate.html

Fotografia:
 - Acervo Pessoal (Patricia Otranto)
 - Google Street View
 - Google Imagens

Obs: Informações sobre algumas casas foram extraídas no site www. Inventarioturistico.com.br 

sábado, 15 de outubro de 2011

Neoclássico - Casa França-Brasil

Setembro não foi um mês muito produtivo para o blog Nossa Arquitetura já que não teve nenhum post novo. No entanto,  realizei para meu curso, na faculdade,  um trabalho sobre a Casa França-Brasil e agora não só estou compartilhando ele com vocês como estou começando uma série sobre Neoclássicos.

Imagem 1:  Fachada principal hoje. 

Podemos dizer que a história da Casa França-Brasil está muito associada ao episódio da chegada de artistas franceses ao Rio de Janeiro, denominados de Missão Francesa. Ela foi projetada pelo arquiteto Grandjean de Montigny, arquiteto do grupo, com o objetivo de trazer novos conhecimentos para a antiga colônia. Afinal, naquela época o cenário do Rio era composto  ainda  por aquelas casas coloniais, com as ruas em calçamento pé-de-moleque e as janelas com muxarabis.

Inaugurada no ano de 1820, seu primeiro uso foi de Praça do Comércio. Ela logo se transformou em um importante centro onde circulavam comerciantes em ascensão, alguns deles com aspirações políticas. Depois que Dom João VI foi embora e o Brasil tornou-se independente, o espaço foi tranformado em uma Alfândega, que durou até 1944. Depois tornou-se o II Tribunal do Júri, o qual durou pouco tempo, e, por fim, chegou a ser o que é hoje: um Centro Cultural destinado ao intercâmbio entre Brasil e França.
Imagem 2: Desenho da fachada original do Granjan.

A Casa França-Brasil, segundo registros, foi uma das primeira construções neoclássicas no país. Pela perspectiva do interior (imagem 3), podemos ver claramente qual era a intenção do arquiteto para o edifício: uma monumental praça coberta por abóbadas de berço, em estuque, dispostas em cruz grega, e transepto iluminado por clarabóia-lanternim central apoiada em tronco cilíndrico. Possuia colunas dóricas que suportavam as arquitraves, delimitando o espaço da ágora onde os negócios e pregões seriam realizados.
Imagem 3: Desenho do interior original pelo Granjan

No entanto, esse projeto foi muito adaptado na construção, porque as técnicas construtivas ainda eram as mesmas usadas no período colonial e não conseguiriam dar conta de diversos detalhes, como por exemplo o telhado. Foi usado, ao invés, um telhado em planos escalonados, semelhante aos da arquitetura religiosa colonial, para vencer os grandes vãos. As colunas dóricas no interior são na verdade feitas de anéis de pedra superpostos e revestidos com madeira com pintura faiscada para imitar o mármore. O mesmo aconteceu com as arquitraves, e a própria fachada recebeu rusticação com argamassa no corpo central para atender à influência palladiana. É por isso que algumas pessoas que vão visitar essa casa sentem-se como em um ambiente cenográfico. Essas adaptações foram feitas ainda na época em que Dom João se encontrava aqui no Brasil.
Imagem 4: Interior hoje, mostrando uma exposição. 
Hoje a Casa França-Brasil realiza diversas exposições, principalmente entre Brasil e França. É tombada pelo IPHAN, recebeu algumas intervenções para adaptar-se aos dias de hoje, chega a receber 2 mil visitantes num mês e possui um restaurante/bistrô que, diga-se de passagem, é um dos maiores responsáveis pela movimentação no local. 

Ficou interessado? Que ir conhecer? Aqui esta o site: http://www.fcfb.rj.gov.br/
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 Ao lado da CCBB




Fontes:
VERISSIMO, Francisco, BITTAR, William, MENDES, Chico. Arquitetura no Brasil de Cabral a Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial novo milênio 2010
Fotografia e Imagens:
 - Paulo Bittencourt
 - Google Imagens



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Video: A Cidade Cresce Para a Barra (1970, Curta)


Esse curta fala rapidamente da evolução urbana do Rio de Janeiro desde o período Colonial até meados dos anos 70. Em foco, ele resume o Plano Piloto da Baixada de Jacarepaguá idealizado pelo Arquiteto Lúcio Costa.

Durante o vídeo, você verá imagens de edifícios religiosos (como conventos e igrejas) marcando onde se encontravam os quatros morros nos quais começou a formação da cidade, além de imagens e gravuras antigas de um Rio que passou e da Barra, Recreio e Jacarepaguá ainda desertos. Mostra também a proposta de urbanização e de centralização da cidade do Rio de janeiro acontecendo pela região de Jacarepaguá e alguns projetos de Oscar Niemeyer.

Abaixo encontra-se o vídeo, que possui aproximadamente 10 minutos de duração.
Divirtam-se. 


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Rio  Art Déco

Não é à toa que o Rio de Janeiro será sede do 11º Congresso Mundial de Art Déco. A nossa cidade maravilhosa possui diversos exemplares representativos desse repertório. No entanto, várias pessoas desconhecem o que é Art Déco e onde ela está presente.
O maior monumento Art-Déco
do mundo e uma das Sete Maravilhas
do mundo Moderno. O Cristo Redentor. 

Em resumo, a denominação surgiu após a Exposição Internacional de Arte Decorativa e Industrial Moderna de Paris em 1925, e se espalhou pelo mundo mas já existia em diversos países, porém com outros nomes. A linguagem Art Déco nunca foi um movimento estruturado, mas sim um conjunto de manifestações artísticas da época. Pode-se dizer também que foi uma atitude associada a uma visão otimista de mundo ambíguo, que se modernizava com máquinas e se destruía com guerras. Nesse meio, a linguagem do Art Déco foi muito aproveitada em questões políticas como forma mais acessível de se comunicar com o povo.  Hitler por exemplo, utilizou a arquitetura Art Déco como símbolo de poder.  Até Getúlio Vargas, para implantar a idéia de um Brasil moderno e inovador, usou o Art Déco. presente em diversos edifícios representativos, construídos no Estado Novo, como o antigo Ministério da Guerra ou a antiga sede da Central do Brasil, vizinhos, localizados no coração da Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro.

Mas, independente disso, o Art Déco se identifica pelas suas formas geometrizadas de temas abstratos e figurativos, onduladas ou simétricas. No Brasil, foi muito confundida com a Arquitetura Moderna, que surgiu em paralelo ao Art Déco. A partir dos anos de 1920 até 1950, bairros como Copacabana, Flamengo, Urca e Centro ganharam edifícios com esse estilo. Entre eles, o monumento mais importantes da nossa cidade é o Cristo Redentor, que com seus grandes volumes e planos é considerado uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo Moderno.

Com sua fácil execução e a utilização de materiais nobres, com boa possibilidade de manutenção, esse movimento se popularizou pela sua produção em grande escala podendo ser considerado a primeira manifestação de uma arte de massa. Abaixo temos alguns exemplos representativos da Arquitetura Art Déco dentro da nossa cidade. 


Palácio Duque de Caxias: Possui várias formas geometrizadas com uma base escura, proporcionando uma
sensação de peso e efeito de luzes no topo e dando a ele uma cara "militar".  Segue um estilo
mais Europeu do Art Déco.

Central Do Brasil: Construído por Roberto Magno de Carvalho
e Robert Petrince, o edifício possui mais um estilo Americano,
com o uso de torre. Também possui várias formas
geometrizadas e o uso de um relógio de quatro
faces no topo. 

Entrada do Edifício Itahy: Esse é um exemplo explícito
da influência indígena no Art Déco brasileiro. No
pórtico há uma séria índia dando as boas vindas.
Projetado por Arnaldo Gladosh.
Cinema Roxy:  Podemos dizer que o cinema é a cara do Art Déco. Esse cinema apresenta
esse mesmo trabalho com as formas geometrizadas e com cores.
Escada do Cinema Roxy: mostra claramente que não só essas formas se encontram
nas fachadas, mas também em seu interior.
Teatro Carlos Gomes: Esse também segue
um estilo americano de Art-Déco. Sua fachada
lembra até um arranha-céus nova iorquino.
Edifício Biarritz: Projetado por  Henri Paul Pierre Sajous
e Auguste Rendu, possui varandas curvas e grandes
ornamentos, além de ter um requintado portão de ferro.
Segue um estilo de serralheria das varandas.


Igreja  Santíssima Trindade: Essa igreja também foi
 projetada por Henri Paul Pierre Sajous
e foi pensada nos mínimos detalhes, com 21 vitrais
 de 1,20 x 8,00m.