Nos dias 07/08 e 08/08 desse ano, houve o IV Fórum Internacional de Cidade Criativa no Rio de Janeiro.
O tema em debate desse ano foi "Memória e Futuro da Cidade".
Mas o que seria essa memória? O que ela contribui para a cidade?
A cada geração, uma nova tendência surge na moda, na música, na tecnologia, na arte e claro, na nossa moradia.
Penico do séc, XIX |
O progresso é uma tendência natural, mas crescer não significar apagar o passado.
É claro que precisamos de avenidas com boa pavimentação e casas confortáveis. Mas o homem precisa do registro do que existiu, saber que possuímos uma história e um passado, principalmente para a nova geração.
Esse registro se dá pelas construções antigas, podendo essas serem casas, palácios, edifícios, escolas, hospitais, estádios de futebol, teatros, ruas e avenidas, parques dentre outros elementos que compõe a cidade. Cria-se assim uma identidade, uma aparência própria e única.
Fazer melhorias e promover melhor qualidade de vida é importante, mas preservar o que é antigo ajuda a manter nossa memória viva. Uma forma preservação é poder reaproveitar o que tem para um novo uso, realizando as devidas adaptações e, se necessário, de melhorias para as instalações ou estruturas. Assim, além de preservar, também mesclamos a paisagem da cidade vendo o novo e o antigo. Conviver com as diferenças faz com que possamos abrir nossas mentes, evitando que nos fechemos em um meio ou uma tendência. Para um jovem, principalmente, essa paisagem influência no seu psicológico e na sua formação como adulto. Como exemplo, temos em muito casos, em Brasília, onde os jovens não conheceram um passado e vivenciaram uma "monotonia entediante" como foi registrado nos anos 80. O mesmo acontece em menor grau no próprio Rio de Janeiro no bairro da Barra da Tijuca onde os moradores se fecham em seu próprio condomínios e educam seus filhos a conviver somente com essa realidade.
Além de promover a nossa memória viva, a manutenção do antigo também auxilia no turismo. As pessoas quando vão conhecer uma outra cidade procuram ver aquilo que é atrativo e marcante para o local,
podendo esses pontos serem construções antigas, atuais ou naturais.
Um bom exemplo disso são os bondes do bairro de Santa Teresa. O passeio de bonde incentivava o turismo, movimentando o comércio, bares e restaurantes, visto que era a única região da cidade onde existia esse transporte urbano com um ambiente bucólico, revendo assim antigas casas do meados de século XIX ao tempo atual. Hoje, ir de ônibus não é a mesma coisa.
Infelizmente não damos importância para o que é de nosso patrimônio. O brasileiro já possui uma falta de cultura em preservar essa memória local, e o poder público, ao invés de incentivar a preservação, só piora não promovendo nenhum programa de auxílio de custos ou de intervenção para a manutenção. Em paralelo, possuímos um mercado imobiliário que devasta muitos desses monumentos colocando no lugar prédios de 10 a 20 andares com a mesma aparência pasteurizada.
Um exemplo de destruição foi o desmonte do Morro do Castelo. Usando a desculpa onde o desmonte traria melhorias climáticas e viárias em 1921, aquele morro era o "berço" do Rio de Janeiro. Nele foram construídas a primeira igreja, a primeira cadeia e a primeira câmara da cidade e hoje se perguntarem: Onde se originou a cidade? com certeza dizer que "no centro do Rio" não basta, pois é um bairro mesclado de construções desde o século XVI aos dias atuais.
Porém um bom exemplo de preservação é a do Corredor Cultural. Nele, os antigos sobrados do Rio foram preservados mantendo somente a fachada e o volume das casas, mas internamente elas poderiam ser modificadas dando novo uso como lojas, escritórios, consultórios, restaurantes, cursos e demais serviços.
Não seria interessante promover uma harmonia entre o que é antigo e o que é novo?
Não seria bom poder olhar pra um prédio todo espelhado de vidro ao lado de uma bandeirantista colonial?
Agora vemos muitas mudanças acontecendo devido aos eventos que tem surgido na cidade. A copa do mundo e as olimpíadas de 2016 trouxeram mudanças em nossos estádios, exigiram novas construções de moradia para os atletas, hospedagens para turistas e exigência para melhorias no transporte. Além desses eventos, existem outros programas de melhorias determinados pelo próprio governo para atender novas necessidades, como está acontecendo com o projeto do Porto Maravilha na zona portuária. Mas a pergunta que fica é: a forma como está sendo feito é como realmente gostaríamos que fosse?
Será que muito do que está sendo feito lá não deveria ser aplicado em outras regiões da cidade atendendo as suas necessidades?
Esse é o questionamento que deixo. Como queremos a cidade nos próximo anos?
Fontes
http://viagensaorioantigo.blogspot.com.br/2009/05/morro-do-castelo.html acesso 29/08/2014
Imagens
http://atriumfafe.blogspot.com.br/p/espaco-memoria.html acesso 29/08/2014
http://www.imovelrj.com/revitalizacao-do-porto-do-rio-porto-maravilha/ acesso 29/08/2014
http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/avenida-central.html acesso 29/08/2014
Revista AU - Arquitetura e Urbanismo
http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/2013/02/104-anos-parte-2.html acesso 29/08/2014
http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/2012/10/arquitetura-musica-faroeste-cabloco.html acesso 29/08/2014
http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/search/label/Santa%20Teresa acesso 29/08/2014
Esse registro se dá pelas construções antigas, podendo essas serem casas, palácios, edifícios, escolas, hospitais, estádios de futebol, teatros, ruas e avenidas, parques dentre outros elementos que compõe a cidade. Cria-se assim uma identidade, uma aparência própria e única.
Condomínio da Barra da Tijuca |
Imagem de Brasilia |
Bonde de Santa Teresa desativado em 2012 |
podendo esses pontos serem construções antigas, atuais ou naturais.
Um bom exemplo disso são os bondes do bairro de Santa Teresa. O passeio de bonde incentivava o turismo, movimentando o comércio, bares e restaurantes, visto que era a única região da cidade onde existia esse transporte urbano com um ambiente bucólico, revendo assim antigas casas do meados de século XIX ao tempo atual. Hoje, ir de ônibus não é a mesma coisa.
Foto da av.central com o Morro do Castelo |
Desmonte do Morro do Castelo |
Porém um bom exemplo de preservação é a do Corredor Cultural. Nele, os antigos sobrados do Rio foram preservados mantendo somente a fachada e o volume das casas, mas internamente elas poderiam ser modificadas dando novo uso como lojas, escritórios, consultórios, restaurantes, cursos e demais serviços.
Não seria interessante promover uma harmonia entre o que é antigo e o que é novo?
Não seria bom poder olhar pra um prédio todo espelhado de vidro ao lado de uma bandeirantista colonial?
Casa Colonial bandeirantista ao lado do prédio comercial em São Paulo |
Será que muito do que está sendo feito lá não deveria ser aplicado em outras regiões da cidade atendendo as suas necessidades?
Esse é o questionamento que deixo. Como queremos a cidade nos próximo anos?
Imagem em 3D do projeto do Porto Maravilha |
Fontes
http://viagensaorioantigo.blogspot.com.br/2009/05/morro-do-castelo.html acesso 29/08/2014
Imagens
http://atriumfafe.blogspot.com.br/p/espaco-memoria.html acesso 29/08/2014
http://www.imovelrj.com/revitalizacao-do-porto-do-rio-porto-maravilha/ acesso 29/08/2014
http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/avenida-central.html acesso 29/08/2014
Revista AU - Arquitetura e Urbanismo
http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/2013/02/104-anos-parte-2.html acesso 29/08/2014
http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/2012/10/arquitetura-musica-faroeste-cabloco.html acesso 29/08/2014
http://www.nossarquitetura.blogspot.com.br/search/label/Santa%20Teresa acesso 29/08/2014