sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"É como voltar no Tempo!"

Bonde de Santa Teresa.
Atualmente está desativado para reforma 

Vamos falar agora de um bairro que "parou no tempo" dentro da nossa cidade do Rio de Janeiro. O bairro de Santa Teresa.

Não há quem não comente que "andar por Santa Teresa é como voltar no tempo". Isso porque algumas de suas construções vão do período colonial ao contemporâneo, além de suas ruas serem bem acentuadas, a maioria ladeiras, e algumas possuirem trechos em calçamento de pé de moleque, lembrando cidades coloniais como, por exemplo, Ouro Preto. Nas suas principais ruas, temos os trilhos por onde passam os bondinhos, que no momento se encontram desativados para reforma, dividindo o espaço com ônibus, carros e pedestres que circulam a  região.

A ocupação do bairro começou no século XVIII com a construção do Convento de Santa Tereza de Jesus, que deu origem ao nome do Bairro. Mais tarde, a classe mais alta começou a dirigir-se para lá, montando seus casarões e mansões com uma arquitetura francesa (que se encontra em pé até hoje). Em 1850, sua ocupação tornou-se mais intensa devido ao surto de febre amarela, que fez com que as pessoas migrassem para locais mais altos, fugindo da contaminação. 

Em 1872, foram instalados os bondes, que hoje são símbolos do bairro, porém somente em 1896 que o Aqueduto da Carioca (Arcos da Lapa) deixou de transportar água do Rio Carioca para o centro da cidade, virando um viaduto para a passagem dos bondes.
Antigamente, Santa Teresa possuía o status de bairro nobre. Hoje esse status já não lhe pertence mais, porém o bairro continua a ser procurado por interesse cultural e turístico. Suas principais atrações são: o Bonde de Santa Teresa, o Museu da Chácara do Céu, o Parque das Ruínas, o Castelo Valentim, o Convento de Santa Teresa, Ateliês, Restaurantes e Bares, a Igreja de Nossa Senhora das Neves e o Museu do Bonde, entre outros.
Largo do Curvelo
Os bondes realizam as paradas nos largos. Na imagem,
 há uma antiga estação terminal do trasporte por tração animal 

e uma casa projetada pelo alemão Riedlinger com forte 
influencia da Bohêmia de seu pais.
Parque das Ruinas
Antiga casa da Laurinha Santos Lobos, que 
foi restaurada e hoje é área de exposição
e lazer, servindo de mirante para uma 

bela paisagem do centro do Rio.















Agora vejamos alguns exemplares arquitetônicos que se encontram por lá.

Colonial: Convento de Santa Teresa.
                           O prédio funciona como convento das Carmelitas Descalças e igreja.                                            
Neoclassico: Residência da rua Monte Alegre
Antiga sede da Chácara dos Viegas. Um belo exemplo de composição neoclássica com adoção de revestimento em azulejaria na fachada, o que a torna uma raridade de sincretismo arquitetônico.
Chalé: Residênci
                Típica casa popularizada no sec. XIX, sendo essa geminada e com entrada lateral.                                                       

Neogotico: Igreja

Felício dos Santos Lobo loteou sua propriedade localizada no bairro de Santa Teresa e, como religioso, doou parte desta para a construção de uma igreja. A primeira pedra da Igreja Matriz de Santa Teresa foi lançada em 29 de Julho de 1916, mas, somente em 14 de Outubro de 1917, a igreja foi inaugurada.
Eclético: Residência

Construção eclética, fazendo alusão a vários estilos para compor o próprio. Esse é o estilo  predominante da região, podendo ter repertório mais rebuscado, simples, ou alterado pelos dias de hoje (muito comum).
Neomedievo/Eclético: Casa Valentin

Foi projetado pelo Mestre Valentin, filho do Comendador Antônio Valentin, no final do século XIX, com três pavimentos. O prédio sofreu uma reforma em 1940 realizada pelo proprietário, o Arquiteto Fernando Valentim, ganhando mais dois andares com oito apartamentos. Imóvel tombado pelo município em 27 de Agosto de 1990.
Neocolonial/ Californiano: Residência

Exemplo típico de casa neocolonial hispano-americano californiana, com uma torre cilíndrica amostra. Mas ela não é a única no bairro em termos de casa neocolonial. Em Santa Teresa, também encontramos repertório mexicano, missões e luso-brasileiro.
Art-Decó: Residencia
Residência comum encontrada no bairro, tendo em sua fachada formas geometrizada que caracterizam o estilo.  

Moderno: Residencial
Construção da vanguarda modernista, 1939, do jovem arquiteto Paulo Antunes Ribeiro. Uma composição marcada pelos volumes geométricos numa clara referência ao período cubista.




Pelo bairro encontramos mais casa de diversos estilos, inclusive contemporâneo. As mostradas aqui foram apenas alguns exemplos do que se pode encontrar andando pelo bairro.

Fonte:
http://www.marcillio.com/rio/encesate.html

Fotografia:
 - Acervo Pessoal (Patricia Otranto)
 - Google Street View
 - Google Imagens

Obs: Informações sobre algumas casas foram extraídas no site www. Inventarioturistico.com.br 

6 comentários:

  1. Adoro! Fui lá poucas vezes, mas é muito bacana, mesmo.
    Adorei o post, Paty Beijo!

    ResponderExcluir
  2. Belo artigo, muito bem explicado, parabéns.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom o artigo, lembrando a nossa história.

    BEIJOSSSSS

    ResponderExcluir
  4. Parabéns Paty! Bjs. Sandra Branco

    ResponderExcluir
  5. Muitas coisas que eu nem imaginava existirem em Santa Tereza !
    Vale muito a visita.
    Vou marcar a minha.
    parabéns pelo post Pat!
    Billy - GEAMA

    ResponderExcluir