quinta-feira, 25 de julho de 2013

Instituto de Educação do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro, no início do séc. XX até os anos 30, era, segundo relatos, uma cidade fechada em um contexto urbano com pouca ventilação e grande proliferação de doenças como a tuberculose. Em paralelo, manifestações e intelectuais da época aderiram a movimentos nacionalistas e de valorização da pátria.
Fig1. - Fachada da entrada, onde fica de frente para a Rua Mariz e Barros
Nessa época, o arranjo espacial das instalações destinadas à educação ainda não era um assunto muito trabalhado. Mas, a partir da década de 20, novas formas de educação e vertentes vindas do exterior começaram a aparecer na cidade maravilhosa, juntamente com novos conceitos sobre como criar um ambiente melhor para a educação. Um deles, de grande importância, é o Instituto de Educação Superior do Rio de Janeiro - ISERJ.
O Instituto de Educação inicialmente seria uma escola normal, mas acabou se tornando uma escola para formação de professoras. Seu espaço físico deveria atender aos novos conceitos da época, como a higienização e a “onda” nacionalista.
Fig.2 - Patio interno com um Chafariz, fazendo alusão a cidades coloniais.
Fig.3 - Mostrando a telhas desenhadas
com corujas - simbolo da pedagogia -
e colunas lembrando a arquitetura rural
colonial. 
Quando estamos diante da Rua Mariz e Barros, no Maracanã, vendo aqueles ornamentos na fachada, a platibanda curvilínea, as janelas com as vergas à mostra e os elementos vazados lembrando o rococó e o barroco das antigas igrejas do período colonial, estamos diante da nova arquitetura com as mais “rigorosas tradições brasileiras”, o neocolonial. Quando entramos, encontramos um centro médico e odontológico, o gymminasio e a piscina semiolímpica, um pátio interno como área de convívio, conforto e de formalidades, laboratórios de ciência com os melhores equipamentos da época, sala de música, um teatro/auditório,  sala de confecção para costura dos uniformes, biblioteca com cadeira própria para as alunas lerem, um museu, um bosque, uma creche (para educação infantil), um refeitório/lanchonete e 106 salas de aula. Além desse programa arquitetônico, ao longo de suas instalações vemos fortemente a influência colonial, o que dá ar a um sentimento de amor a pátria.


O instituto de Educação do Rio de Janeiro é um dos melhores exemplares de arquitetura Neocolonial e de projeto arquitetônico escolar ainda preservado, com só algumas alterações realizada ao longo dos anos. Hoje, lá se encontra uma FAETEC. Não é mais um colégio que forma professoras, mas ainda possui o ensino completo mais a escola técnica com o foco na pedagogia. 


Fig.4 - Antiga foto aérea mostrando o colégio na época de sua inauguração. 

Fonte:
- BOLETIM DE EDUCAÇÃO PÚBLICA. Publicação trimestral da diretoria geral de instrução Pública do Distrito Federal. Rio de Janeiro, 1930.
- Informações extraídas no próprio ISERJ.

Imagens:
- FIG.1 - http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2011/11/saiba-mais-sobre-historia-da-formacao-de-professores-no-brasil.html  23/07/2013
- FIG.2 ao 4 - Todas cedidas no centro de memória do ISERJ.

Um comentário:

  1. Foi aqui que passei muitas COMEERJS!!! SAUDADE!

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