terça-feira, 1 de maio de 2012

Fábrica virara Sala de Concerto no Interior de São Paulo.

Um projeto de restauração e revitalização interessante. Vale a pena conferi.

Imagem ilustrativa em como ficará o edifício. 


Atual situação da antiga fábrica
A antiga - e tombada - Fábrica São Martinho, localizada em Tatuí, no interior do Estado de São Paulo, deve ser restaurada e transformada em uma grande sala de concertos e orquestras pelas mãos do escritório de arquitetura paulistano PPMS – Pedro Paulo de Melo Saraiva. Em homenagem ao maestro João Carlos Martins, a sala ganhará o seu nome.

Para enfrentar o desafio de restaurar um bem tombado, o PPMS partiu de um princípio básico: se apropriar do terreno da antiga fábrica preservando ao máximo o bem existente. A antiga torre, por exemplo, será completamente preservada, e, em conjunto com a Praça São Martinho – localizada bem na frente da edificação -, que será revitalizada, vai se tornar a referência imediata para a entrada de pedestres. 

A partir desta entrada principal, o grande hall é o primeiro ambiente encontrado e deve servir também como elemento articulador das demais dependências do conjunto. Meio nível acima deste hall – que também abriga bar, restaurante e bilheteria e conta com uma cobertura transparente – está o foyer principal. Já meio nível abaixo está o Museu com acervo do Maestro João Carlos Martins e, ainda, um salão nobre e a administração do complexo. A maioria desta primeira parte do complexo vai nascer da estrutura preservada da antiga fábrica.

O grande foyer dá acesso ao principal ponto deste conjunto, a sala sinfônica propriamente dita, e, a partir daí, começam também as grandes criações do PPMS. As rampas de acesso, por exemplo, todas protegidas por vidros, ligam o foyer a duas entradas distintas da sala. Já a sala, que deverá ser criada do zero pelos arquitetos, terá capacidade para aproximadamente 1.000 pessoas e deve obedecer todos os requisitos para atingir a acústica ideal de uma sala de concerto. A começar pelo formato tradicional de ‘caixa de sapatos’ – com platéia principal, platéia lateral e dois balcões. Tal configuração permite bom envolvimento entre público e orquestra. O palco foi dimensionado para um conjunto de aproximadamente 90 músicos e coro elevado para 60 vozes. Através do partido estrutural adotado, o volume da sala sinfônica fica suspenso, liberando o chão para estacionamento de veículos, de ônibus e doca de carga e descarga.

Planta Baixa


Por último, mas não menos importante, foi projetado um edifício anexo. Ele é independente da sala sinfônica, porém articulado a ela por meio de duas passarelas e deve abrigar camarins, salas de ensaios, depósitos, oficinas, diretoria da orquestra, convívio dos músicos e restaurante. Abaixo deste bloco, está ainda reservada uma área para vão livre, que deve propiciar atividades e convívio, além de uma praça e jardim remanescentes.

Um dos sócios do escritório, Pedro de Melo Saraiva, conta que as dimensões exigidas pela sala sinfônica - 30m de largura, 41,25m de comprimento e 20m de altura - foram um susto inicialmente. "Como a caixa, que será completamente nova, já é bem grande e rouba a cena, tivemos que ter sutileza nos outros elementos para marcar a intervenção", conta Pedro. 

Corte. 


Por isso, nos três blocos foram utilizadas volumetrias e materiais neutros e distintos entre si, a fim de marcar a intervenção e resguardar a história da construção tombada. Assim, o bloco I tem sua expressão na edificação mantida; o bloco II, por suas necessárias dimensões e por seu revestimento em placas e telas em zinco-titânio, estabelece um interessante jogo de planos e transparências; e, por fim, o bloco III, é todo em concreto armado aparente.

O projeto encontra-se em fase de Estudo Preliminar e deve ser submetido à aprovação dos órgãos de patrimônio responsáveis em breve. A área total construída será de aproximadamente 11.000 m².

Sala de Concertos e Orquestras Maestro João Carlos Martins
Arquitetura e coordenação geral - PPMS Arquitetos Associados - Pedro Paulo de Melo Saraiva, Pedro de Melo Saraiva, Fernando de Magalhães Mendonça 
Colaboradores arquitetos Christian Nobre e Alex Lima de Holanda 
Estagiárias Paula Hori e Dulci Cipriano
Consultoria em Acústica Acústica & Sônica/arquiteto José Augusto Nepomuceno
Levantamento do existente arquiteta Daniela Mungai 

Local Tatuí, SP
Área total 11 mil m²
Ano 2011/2012




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